quarta-feira, 28 de abril de 2010

A INFLUÊNCIA DAS CORES NOS AMBIENTES


A escolha das cores para decorar um ambiente requer critérios que vão além dos meramente estéticos; elas influenciam, também, no comportamento.
As cores influenciam o ser humano e seus efeitos, tanto de caráter fisiológico como psicológico, intervêm em nossa vida, criando diferentes estados de espírito. Segundo M. Farina, elas podem produzir impressões, sensações e reflexos sensoriais de grande importância, porque cada uma delas tem uma vibração determinada em nossos sentidos. (Psicodinâmica das Cores em Comunicação)
Com as cores podemos alegrar ou entristecer, ampliar ou reduzir um ambiente. São elas que determinam a atmosfera do lugar, atraindo-nos ou repelindo-nos com seu poder psicodinâmico silencioso e quase imperceptível.
O trabalho com as cores é prazeroso embora complexo. Para uma compreensão mais aprofundada e aplicação correta observamos alguns fatores importantes tais como :tamanho, iluminação, localização (entrada de luz e ar), clima, tempo de permanência, função e psicologia do usuário. Com estes dados e outros ainda mais específicos, como o gosto pessoal, por exemplo, já se pode iniciar um trabalho para enfatizar as cores numa decoração.

Características das cores


As cores estão divididas em dois grupos por temperatura: as quentes, todas que contêm vermelho, e frias, as que contêm azul. Duas cores são temperadas (verde e violeta) e se transformam em quentes ou frias quando em proximidade com certos grupos de cores, por exemplo: algumas tonalidades de verde, quando próximas de azul, turquesa e roxo, que são cores frias, parecem mais quentes, e junto das cores quentes - laranja, amarelo, vermelho - tornam-se mais frias. O mesmo acontecendo com o violeta.
Hall de entrada
Neste espaço, muitas vezes reduzido, é importante pensar na primeira impressão que se deseja causar. O hall transmite um pouco da personalidade do proprietário. Há pessoas que desejam causar impacto com cores fortes e contrastantes; outras preferem dar as boas vindas com suavidade e bom humor. Em todos os casos, sendo um ambiente próximo e, às vezes, contíguo ao living suas cores devem ser harmonizadas com este.

Living
Para receber visitas e curtir as reuniões familiares no living podemos optar por um esquema de cores quentes e neutras para compor a ambientação. O calor das cores traz aconchego e alegria para o ambiente. Num esquema de cores bem equilibrado uma cor fria também será incluída. Os tons neutros são parceiros de todas as cores e participam de todos os esquemas cromáticos. Em princípio, qualquer cor pode ser usada no living para criar a atmosfera desejada: luxo com preto e dourados, moderno com preto e branco, descontração com tons pastéis, sobriedade com os beges, naturalismo com os verdes e madeiras de reflorestamento etc.

Sala de jantar
Em muitas residências esta sala só é usada em ocasiões especiais. Atualmente vem sendo substituída pela sala de refeições, um espaço mais informal arrumado para reunir a família e também os amigos. Segundo Marie-Louise Lacy, cromoterapeuta americana, pelo uso da cores provocamos diferentes reações nas pessoas. Ela sugere que tenhamos um objetivo em mente quando formos escolher as cores de cada ambiente: “Se o objetivo é desfrutar de uma conversa estimulante na hora das refeições escolha um tom de amarelo forte ou de laranja como cor principal para estimular o convívio e a sociabilidade; se a cor escolhida for o azul, a conversa tenderá para assuntos mais sérios; os tons vermelhos criarão um clima de intimidade e a conversa tenderá a ser mais pessoal”. Sempre lembrar que nenhuma cor deve ser usada sozinha, para efeito de equilíbrio usar a cor complementar (ou outros tons contrastantes) junto com a principal.

Cozinhas
Cor tem uma relação muito próxima com sabor. Nos ambientes de alimentação é um dos fatores mais importantes para se criar um clima adequado e estimulante que amplie o prazer do bem comer. Cozinhar também é uma atividade prazerosa e criativa, portanto precisa de um lugar que dê liberdade e inspiração. De acordo com Lacy, “o modo como a pessoa se sente enquanto cozinha afeta tanto a ela própria quanto as outras que vão comer. (.../...) Com o passar do tempo aumenta-nos a consciência de como nossos pensamentos e sentimentos influenciam o que fazemos; de maneira que é importante escolher cores que nos ajudem nas nossas atividades.”
Atualmente, os brancos e beges estão cedendo espaço para as cores nas cozinhas. Nos meados da década de 80 as cozinhas eram coloridas. De lá pra cá, são mais de quinze anos de cozinhas brancas como era em outros países. Felizmente isto está mudando. Desde 2006, o Comitê Brasileiro de cores vem trabalhando no sentido de incorporar as cores nos projetos de cozinhas. A Feira de Milão também tem feito muitos lançamentos neste setor e os profissionais estão dando a sua parcela de colaboração indicando cozinhas bem planejadas e coloridas nos seus projetos. A arquiteta Elizabeth Wey, é um exemplo dos que defendem o uso da cor na cozinha. Ela é consultora de cores e presidente do CBC – Comitê Brasileiro de Cores o qual criou o CECAL – Centro de Estudos da Cor para a América Latina que assinala os padrões e as tendências a serem seguidas em produtos dos segmentos da construção civil, arquitetura e decoração. Elisabeth é autora do livro “A casa de todos os tempos”, cujo volume um é dedicado às cozinhas mostrando toda a trajetória desse ambiente na história da habitação com ênfase na influência das cores.

A psicologia das cores na cozinha:
Com muita freqüência, nos dias de hoje, a cozinha é o centro da casa; a família se reúne nela para comer, conversar e relaxar. Por isso, precisamos fazer dela um ambiente que propicie a descontração e o convívio. Entre as cores menos recomendadas estão os azuis, que por suas características de frieza e distanciamento só ajudariam a separar a família. Ele pode ser introduzido como complemento se a cor principal for quente (pêssego, rosa, laranja, damasco). Estas cores são relaxantes e muito criativas. Verde combina bem com todas elas e ajuda a diminuir o estresse. O vermelho deve ser evitado ou usado em pouca quantidade (detalhes), principalmente quando se tem o temperamento exaltado. Amarelo é comumente uma cor forte, dependendo do tom escolhido, mas seus efeitos não são relaxantes. De acordo com Marie-Louise, “sob sua influência tendemos a comer depressa e a falar muito enquanto comemos, o que não ajuda a digestão – é bem o contrário da atmosfera desejada de calor e relaxamento na cozinha”.
Quartos
Tendo em mente que a principal função dos quartos é o descanso, a escolha das cores não pode fugir desse objetivo. A atmosfera de relaxamento criada pelas cores frias favorece o relaxamento muscular, diminui o ritmo cardíaco, esfria a atividade nas células do cérebro ajudando a reduzir a atividade incessante da mente. De acordo com Lacy, o corpo recupera-se enquanto dormimos, mas se o quarto é decorado com uma mistura de cores fortes, elas continuam a estimular o sistema nervoso durante o sono: “neste estado absorvemos energia mais rapidamente – de maneira que as cores que escolhemos para o quarto afetam-nos profundamente.”
As cores mais indicadas para um quarto equilibrado e repousante são: azuis e verdes e violetas em diversos tons porque acalmam as emoções e ajudam a relaxar sempre combinadas com: pêssego, rosa, turquesa e salmão para criar o equilíbrio entre quentes e frias. Os tons de amarelo devem ser evitados como cor principal, pois mesmo um amarelo pálido superestimula a mente. Quem gosta muito dessa cor deve pensar na possibilidade de usá-la mais apropriadamente em outros cômodos da casa. Os tons neutros também devem ser explorados sempre combinados com outra cor.
O cômodo mais especial de uma casa é, sem dúvida, o quarto do bebê ou das crianças. A opção ideal é criar um ambiente simples, aconchegante, alegre e muito tranqüilo. Mas isto não significa um quarto sem cores, todo branco.
Nos primeiros meses de vida, os tons pastéis não são enxergados por não apresentarem fortes contrastes, mas servem para criar um ambiente tranqüilo. Também não é indicado usar só uma cor em toda a decoração para evitar que a mesma energia, em desequilíbrio, sobrecarregue o bebê. As cores e as formas deste universo devem ser simples e estimulantes para auxiliar no desenvolvimento até os seis meses quando a visão já estará quase pronta. Observa-se que os bebês demonstram grande interesse pelo branco e preto. Isso se dá pelo forte contraste entre estes dois tons que ajuda a enxergar as coisas com maior definição. Como não se deve fazer um quarto de bebê em preto e branco, usaremos essa dinâmica do claro/escuro entre outras cores para estimular o interesse dele por tudo o que está à sua volta. Para as crianças maiores, as cores do quarto devem atender às múltiplas funções de cada fase da infância, uma vez que costumam passar muitas horas em atividade no quarto e muitas em repouso. As cores neutras, calmas e mornas como principal e colorações vibrantes nos detalhes alegram e divertem o ambiente infantil. É contra-indicado o uso de muitos desenhos, cores intensas, penduricalhos, forrações e materiais de difícil manutenção. A simplicidade deve reinar nesse ambiente onde a liberdade é imperativa. Toda criança precisa sentir-se amada, desejada e segura. As cores escolhidas para elas podem realçar estes sentimentos de amor como também à mãe, reforçando os laços afetivos.


4 comentários:

  1. Oi pró!Adorei seu blog!Princimpalmente do texto sobre a influência das cores nos ambientes!
    Lívia Azevêdo( aluna do 1 sementre vespertino da Ebade)

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  2. Gostaria de pintar uma parede do quarto do meu filho de 4 anos de amarelo ouro. Será a parede próximo a cama. O que acha?

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    1. Patricia, eu desaconselho amarelos fortes para quartos, sobretudo das crianças, por super estimular a mente impedindo o repouso e o sono. Vc pode aplicar amarelo ouro nos detalhes menores evitando as paredes ou numa faixa horizontal circundando a parede como um detalhe a combinar com azul, tons de verde maçã, lilás ou outra cor que seja mais fria e tranquila indicada para quartos para equilibrar. Boa sorte!

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  3. Obrigada pelas dicas Ana Rosa, adorei! Vou adotar os tons de verde maçã!

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