quarta-feira, 28 de abril de 2010

A INFLUÊNCIA DAS CORES NOS AMBIENTES


A escolha das cores para decorar um ambiente requer critérios que vão além dos meramente estéticos; elas influenciam, também, no comportamento.
As cores influenciam o ser humano e seus efeitos, tanto de caráter fisiológico como psicológico, intervêm em nossa vida, criando diferentes estados de espírito. Segundo M. Farina, elas podem produzir impressões, sensações e reflexos sensoriais de grande importância, porque cada uma delas tem uma vibração determinada em nossos sentidos. (Psicodinâmica das Cores em Comunicação)
Com as cores podemos alegrar ou entristecer, ampliar ou reduzir um ambiente. São elas que determinam a atmosfera do lugar, atraindo-nos ou repelindo-nos com seu poder psicodinâmico silencioso e quase imperceptível.
O trabalho com as cores é prazeroso embora complexo. Para uma compreensão mais aprofundada e aplicação correta observamos alguns fatores importantes tais como :tamanho, iluminação, localização (entrada de luz e ar), clima, tempo de permanência, função e psicologia do usuário. Com estes dados e outros ainda mais específicos, como o gosto pessoal, por exemplo, já se pode iniciar um trabalho para enfatizar as cores numa decoração.

Características das cores


As cores estão divididas em dois grupos por temperatura: as quentes, todas que contêm vermelho, e frias, as que contêm azul. Duas cores são temperadas (verde e violeta) e se transformam em quentes ou frias quando em proximidade com certos grupos de cores, por exemplo: algumas tonalidades de verde, quando próximas de azul, turquesa e roxo, que são cores frias, parecem mais quentes, e junto das cores quentes - laranja, amarelo, vermelho - tornam-se mais frias. O mesmo acontecendo com o violeta.
Hall de entrada
Neste espaço, muitas vezes reduzido, é importante pensar na primeira impressão que se deseja causar. O hall transmite um pouco da personalidade do proprietário. Há pessoas que desejam causar impacto com cores fortes e contrastantes; outras preferem dar as boas vindas com suavidade e bom humor. Em todos os casos, sendo um ambiente próximo e, às vezes, contíguo ao living suas cores devem ser harmonizadas com este.

Living
Para receber visitas e curtir as reuniões familiares no living podemos optar por um esquema de cores quentes e neutras para compor a ambientação. O calor das cores traz aconchego e alegria para o ambiente. Num esquema de cores bem equilibrado uma cor fria também será incluída. Os tons neutros são parceiros de todas as cores e participam de todos os esquemas cromáticos. Em princípio, qualquer cor pode ser usada no living para criar a atmosfera desejada: luxo com preto e dourados, moderno com preto e branco, descontração com tons pastéis, sobriedade com os beges, naturalismo com os verdes e madeiras de reflorestamento etc.

Sala de jantar
Em muitas residências esta sala só é usada em ocasiões especiais. Atualmente vem sendo substituída pela sala de refeições, um espaço mais informal arrumado para reunir a família e também os amigos. Segundo Marie-Louise Lacy, cromoterapeuta americana, pelo uso da cores provocamos diferentes reações nas pessoas. Ela sugere que tenhamos um objetivo em mente quando formos escolher as cores de cada ambiente: “Se o objetivo é desfrutar de uma conversa estimulante na hora das refeições escolha um tom de amarelo forte ou de laranja como cor principal para estimular o convívio e a sociabilidade; se a cor escolhida for o azul, a conversa tenderá para assuntos mais sérios; os tons vermelhos criarão um clima de intimidade e a conversa tenderá a ser mais pessoal”. Sempre lembrar que nenhuma cor deve ser usada sozinha, para efeito de equilíbrio usar a cor complementar (ou outros tons contrastantes) junto com a principal.

Cozinhas
Cor tem uma relação muito próxima com sabor. Nos ambientes de alimentação é um dos fatores mais importantes para se criar um clima adequado e estimulante que amplie o prazer do bem comer. Cozinhar também é uma atividade prazerosa e criativa, portanto precisa de um lugar que dê liberdade e inspiração. De acordo com Lacy, “o modo como a pessoa se sente enquanto cozinha afeta tanto a ela própria quanto as outras que vão comer. (.../...) Com o passar do tempo aumenta-nos a consciência de como nossos pensamentos e sentimentos influenciam o que fazemos; de maneira que é importante escolher cores que nos ajudem nas nossas atividades.”
Atualmente, os brancos e beges estão cedendo espaço para as cores nas cozinhas. Nos meados da década de 80 as cozinhas eram coloridas. De lá pra cá, são mais de quinze anos de cozinhas brancas como era em outros países. Felizmente isto está mudando. Desde 2006, o Comitê Brasileiro de cores vem trabalhando no sentido de incorporar as cores nos projetos de cozinhas. A Feira de Milão também tem feito muitos lançamentos neste setor e os profissionais estão dando a sua parcela de colaboração indicando cozinhas bem planejadas e coloridas nos seus projetos. A arquiteta Elizabeth Wey, é um exemplo dos que defendem o uso da cor na cozinha. Ela é consultora de cores e presidente do CBC – Comitê Brasileiro de Cores o qual criou o CECAL – Centro de Estudos da Cor para a América Latina que assinala os padrões e as tendências a serem seguidas em produtos dos segmentos da construção civil, arquitetura e decoração. Elisabeth é autora do livro “A casa de todos os tempos”, cujo volume um é dedicado às cozinhas mostrando toda a trajetória desse ambiente na história da habitação com ênfase na influência das cores.

A psicologia das cores na cozinha:
Com muita freqüência, nos dias de hoje, a cozinha é o centro da casa; a família se reúne nela para comer, conversar e relaxar. Por isso, precisamos fazer dela um ambiente que propicie a descontração e o convívio. Entre as cores menos recomendadas estão os azuis, que por suas características de frieza e distanciamento só ajudariam a separar a família. Ele pode ser introduzido como complemento se a cor principal for quente (pêssego, rosa, laranja, damasco). Estas cores são relaxantes e muito criativas. Verde combina bem com todas elas e ajuda a diminuir o estresse. O vermelho deve ser evitado ou usado em pouca quantidade (detalhes), principalmente quando se tem o temperamento exaltado. Amarelo é comumente uma cor forte, dependendo do tom escolhido, mas seus efeitos não são relaxantes. De acordo com Marie-Louise, “sob sua influência tendemos a comer depressa e a falar muito enquanto comemos, o que não ajuda a digestão – é bem o contrário da atmosfera desejada de calor e relaxamento na cozinha”.
Quartos
Tendo em mente que a principal função dos quartos é o descanso, a escolha das cores não pode fugir desse objetivo. A atmosfera de relaxamento criada pelas cores frias favorece o relaxamento muscular, diminui o ritmo cardíaco, esfria a atividade nas células do cérebro ajudando a reduzir a atividade incessante da mente. De acordo com Lacy, o corpo recupera-se enquanto dormimos, mas se o quarto é decorado com uma mistura de cores fortes, elas continuam a estimular o sistema nervoso durante o sono: “neste estado absorvemos energia mais rapidamente – de maneira que as cores que escolhemos para o quarto afetam-nos profundamente.”
As cores mais indicadas para um quarto equilibrado e repousante são: azuis e verdes e violetas em diversos tons porque acalmam as emoções e ajudam a relaxar sempre combinadas com: pêssego, rosa, turquesa e salmão para criar o equilíbrio entre quentes e frias. Os tons de amarelo devem ser evitados como cor principal, pois mesmo um amarelo pálido superestimula a mente. Quem gosta muito dessa cor deve pensar na possibilidade de usá-la mais apropriadamente em outros cômodos da casa. Os tons neutros também devem ser explorados sempre combinados com outra cor.
O cômodo mais especial de uma casa é, sem dúvida, o quarto do bebê ou das crianças. A opção ideal é criar um ambiente simples, aconchegante, alegre e muito tranqüilo. Mas isto não significa um quarto sem cores, todo branco.
Nos primeiros meses de vida, os tons pastéis não são enxergados por não apresentarem fortes contrastes, mas servem para criar um ambiente tranqüilo. Também não é indicado usar só uma cor em toda a decoração para evitar que a mesma energia, em desequilíbrio, sobrecarregue o bebê. As cores e as formas deste universo devem ser simples e estimulantes para auxiliar no desenvolvimento até os seis meses quando a visão já estará quase pronta. Observa-se que os bebês demonstram grande interesse pelo branco e preto. Isso se dá pelo forte contraste entre estes dois tons que ajuda a enxergar as coisas com maior definição. Como não se deve fazer um quarto de bebê em preto e branco, usaremos essa dinâmica do claro/escuro entre outras cores para estimular o interesse dele por tudo o que está à sua volta. Para as crianças maiores, as cores do quarto devem atender às múltiplas funções de cada fase da infância, uma vez que costumam passar muitas horas em atividade no quarto e muitas em repouso. As cores neutras, calmas e mornas como principal e colorações vibrantes nos detalhes alegram e divertem o ambiente infantil. É contra-indicado o uso de muitos desenhos, cores intensas, penduricalhos, forrações e materiais de difícil manutenção. A simplicidade deve reinar nesse ambiente onde a liberdade é imperativa. Toda criança precisa sentir-se amada, desejada e segura. As cores escolhidas para elas podem realçar estes sentimentos de amor como também à mãe, reforçando os laços afetivos.


domingo, 25 de abril de 2010

CORES

Traduzir as cores de uma pintura ou desenho é traduzir sentimentos. As cores nos falam das emoções que estão presentes na produção plástica. Elas indicam a importância de fatores psicológicos ou psicossomáticos ainda por se manifestar. As vezes revelam, em outras mascaram sendo , portanto, um instrumento para ser utilizado como auxiliar na interpretação dos desenhos. A melhor maneira de utilizarmos as cores para interpretar os trabalhos é a mais objetiva possível, considerando o local, a forma , a intensidade e a quantidade que foi aplicada. Há diversidade de significados das cores conforme a cultura, a religião, linha filosófica entre outros fatores, mas ficamos sempre com aqueles mais próximos do cliente que estamos analisando e suas associações. Para me sentir mais segura costumo fazer uma legenda com cada cliente registrando suas cores e seus significados para cada cor. Com o tempo vamos acrescentando novos significados e é interessante observar o quanto eles mudam com o passar do tempo. Nesta coluna serão postadas as cores mais utilizadas e seus significados de acordo com a linguagem psicológica, ou da forma como são encontradas e analisadas nas produções artísticas em arteterapia. Para saber como as cores influenciam os ambientes consulte a sessão"COR EM DECORAÇÂO" AMARELO – É a mais quente e mais expansiva de todas as cores. Sol, luz, calor, doadores de vida são simbolizados por esta cor considerada por Goethe a mais próxima da luz. Nas pinturas, de maneira geral, quando o amarelo se destaca entre outras cores pode ser associado com aspectos do animus, desenvolvimento da autonomia, ou segundo Lüscher, representa a necessidade de se libertar de algum conflito freqüentemente representado na pintura ou desenho em questão. Para Suzanne Fincher, “nas mandalas, um amarelo-escuro pode simbolizar uma ligação negativa com o pai, ou dificuldades em lidar com autoridades; pode, também, representar os momentos difíceis que antecedem o prazo que antecedem o prazo para o término de um trabalho,ou problemas de relacionamento com os homens” .(O Autoconhecimento Através das Mandalas) Na teoria dos Tipos Psicológicos, Jung associou a cor amarela ao tipo "Intuitivo" como simbolo da capacidade de apreender as origens e as tendências das coisas. AZUL - a mais pura, fria, profunda e imaterial de todas as cores à excessão do branco.Impávido, indiferente, não estando em nenhum lugar senão em si mesmo, o azul não é deste mundo. (Chevalier) Estas mesmas qualidades fundamentais são aplicadas ao simbolismo dessa cor nas produções arteterapêuticas. A presença do azul, sua constância e intensidade podem expressar a sensação de vazio da alma, o distanciamento numa relação, um profundo senso de religiosidade, frieza ou desmaterialização de uma idéia, situação ou sentimento. É a cor da função Pensamento, para Jung. Nas pinturas de pessoas reflexivas vemos, com freqüência, variadas tonalidades de azul. Outras associações relevantes são encontradas no cristianismo, associando azul à Virgem Maria (maternidade e compaixão), portanto devemos considerar o arquétipo da Mãe ao interpretarmos as imagens simbólicas com essa cor. A relação com a mãe, também se projeta nas águas azuladas de algumas pinturas que nos remetem ao útero materno, um lugar de proteção e nutrição, estado de inconsciência no qual algumas pessoas tendem a se refugiar para evitar a vida quando se sentem temerosos ou "maltratados por ela". BRANCO - "silêncio absoluto transbordante de possibilidades vivas...um nada anterior a todo nascimento, anterior a todo começo" W. Kandinsky Associado à morte e ao luto em todo Oriente, o branco é também símbolo de retorno : vida-morte - vida. Faz lembrar a luz, pureza, virgindade, espiritualidade.Nas expressões plásticas, a aplicação do branco, pode determinar diferentes estados de espírito: abertura para mudança, relutância em aceitar as sensações corporais, liberdade, inocência. Na minha experiência com arteterapia, quando essa cor é usada para fazer veladuras na pintura encobrindo outras cores, denota sentimentos de pudor, sublimação de certas emoções e insegurança. Segundo Kellog, se o branco está diretamente aplicado sobre o papel, pode-se inferir que há repressão ou que algo está sendo ocultado, ou mesmo, excluído.

CINZA – inicialmente o cinza neutro surge da mistura de preto com branco – sombra e luz - é o meio termo. Podemos obter cinza, também, misturando cores complementares ou opostas como: verde/vermelho; azul/laranja; violeta/amarelo, neste caso teremos cinzas tingidos e aquecidos pela temperatura das cores que os originam. Seja qual for, a origem parece não alterar as associações a esta cor. Nulidade, finitude, velhice são as mais comuns. Quando relacionada às cinzas, a cor confere um caráter espiritual de “aquilo que resta” e assim o simbolismo nos aproxima do tema da morte; não se deve esquecer que dessa forma , também, nos aproximamos do renascimento. (V. fênix em simbologia dos animais) LARANJA - encontra-se entre amarelo e vermelho, portanto é influenciada pelas características dessas duas cores. Segundo Chevalier, essa cor simboliza o ponto de equilíbrio entre o espírito e a libido, algo tão difícil que ela se torna, também, símbolo da infidelidade e da luxúria. Dizem que Dionísio vestia-se de alaranjado. Em muitas produções artísticas aparece como sentimento de força, vitalidade e entusiasmo. Aconselho que se preste atenção aos pontos onde a cor se encontra destacando alguma emoção. MARROM - esta cor obtida da mistura de outras cores está mais relacionada ao mundo físico. Por lembrar a terra, suas associações levam na direção das raízes familiares, do desejo por estabilidade e segurança dando a sensação de que tudo é permanente e sólido. É relacionado também ao que é velho no sentido de passado – mágoas, rancores – que devem ser esquecidos e perdoados. O apego indicado pelo marrom impede que se evolua, portanto é necessário se fazer um trabalho de liberação das emoções e sentimentos reprimidos. Ao lado dessas associações negativas. A cor é associada ao outono, raízes, sementes, fertilidade, indício de novos começos. PRETO – a cor das trevas. Associado ao desconhecido, noite, mistério e morte . Início de processo, quando ainda não se em idéia dos novos rumos. Luto, medo, descrença, depressão. ROSA - está associado à feminilidade, fragilidade e delicadeza. Chamo atenção para a relação com o corpo: sensualidade ou alguns sintomas físicos. O excesso de rosa pode indicar busca de proteção e até mesmo imaturidade sinal de manifestação da criança interior. TURQUESA – coloração de um azul claro esverdeado, essa cor tem conotações curativas. È relaxante e repousante podendo indicar um fluxo de energia curativa da psique quando esta detecta algum desequilíbrio. VERMELHO - a cor do sangue é antes de tudo sinal de vida. O fogo também é trazido à lembrança na presença do vermelho onde as simbologias fazem referências aos atributos desses elementos, ritos iniciáticos e sacrificiais entre os povos primitivos. Nas produções artísticas são muitas as associações encontradas: calor, destruição, purificação e transformação, inquietação, sedução, agressividade, pulsão sexual, virilidade, proibição, transgreção, entre outras. VIOLETA – mistura de azul com vermelho. Cor espiritual que indica evolução pessoal e transcendência dos interesses materiais para algo mais sutil. Encontra-se entre as cores escolhidas para denunciar melancolia e depressão, É também sinal de imaginação, criatividade e concentração. A conotação positiva ou negativa na interpretação das cores dependerá, sempre, da quantidade e intensidade que elas aparecem nas produções.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

SIMBOLOGIA EM ARTETERAPIA

Simbologia é o estudo, a interpretação e a arte de criar símbolos. O símbolo tem uma função integradora e reveladora do eixo de si-mesmo, entre o que é desconhecido – inconsciente individual e coletivo – e a consciência. O símbolo aglutina e corporifica a energia psíquica, para que o indivíduo possa entrar em contato com níveis mais profundos e desconhecidos do seu próprio ser e cresça com estas descobertas. O símbolo constelado com a ajuda dos materiais expressivos, dinamiza e facilita a estruturação e transformação dos estados emocionais que lhe deram origem. Deste modo, é essencial ao trabalho do arteterapeuta, o conhecimento adequado de linguagens expressivas diversas e suas propriedades terapêuticas peculiares. Para tanto, necessitamos de reciclagem expressiva constante, pois a fluência na comunicação através dos materiais requer treino e constante exercício, complementado pela vivência indispensável do próprio processo terapêutico, e quando necessário, supervisão com um profissional mais experiente e a participação constante em grupos de estudos clínicos e workshops de atualização. Segundo Edinger: símbolo é uma palavra originaria do grego, resultante da combinação de SYM + BOLON, significando “aquilo que é colocado junto”... Em arteterapia é o resultado da fusão da energia psíquica de quem trabalha e do material expressivo utilizado, plasmando formas, criando e recriando mundos, expressando dores e esperanças de vir a ser. O universo junguiano em arteterapia fornece uma bússola, que orienta no entendimento universal da produção simbólica, cabendo ao arteterapeuta junto com o criador do símbolo, contextualizar seus significados pertinentes à singularidade e historicidade de cada um. Os pontos cardeais que norteiam a caminhada por estas regiões psíquicas profundas e singulares estão registrados na tipologia junguiana. Nesta referência teórica identificam-se quatro funções psíquicas básicas: pensamento, sentimento, sensação e intuição. De modo geral observa-se a dominância de uma destas funções (a função superior) em detrimento da funcionalidade das outras. A estas funções psíquicas, Jung correlacionou os quatro elementos básicos da natureza: AR, ÁGUA, FOGO E TERRA e dois movimentos básicos para a orientação da energia psíquica: movimento predominante para o mundo externo: extroversão e movimento predominante para dentro: introversão. Neste enfoque, o arteterapeuta através de observações e dados de anamnese, poderá empregar determinadas modalidades expressivas que venham a estimular essas funções psíquicas menos desenvolvidas, iluminando aspectos sombrios da psique. Assim estas modalidades expressivas são utilizadas com o propósito de revitalizar áreas desusadas, núcleos bloqueados, resgatando o livre fluir da energia psíquica. O Universo Junguiano em Arteterapia compartilha similaridades com outras abordagens teóricas, na medida em que emprega o mesmo instrumental terapêutico composto de modalidades expressivas variadas. A peculiaridade desta abordagem estará configurada, nas estratégias de amplificação do material simbólico produzido nas sessões. Amplificar um símbolo será deste modo um processo que retoma trilhas muito antigas, presentes na história do homem há muitos séculos, uma vez que existem registros do processo expressivo como documentário psíquico há 35.000 anos atrás, no período paleolítico. O “setting” de arteterapia é um temenos, espaço de criação, labirinto formado de afetos, conflitos e imagens. O fio condutor para o trabalho será dado pelas associações, analogias e descobertas, feitas por cada um, no confronto com sua obra, ou durante seu processo de criação. A complementação deste processo virá das informações simbólicas contidas em mitos, contos de fada, lendas, fábulas, tradições religiosas, histórias da arte e ritos de passagem. Estas fontes representam registros do inconsciente coletivo, presentes no inconsciente de cada indivíduo, como mapas psíquicos, codificando os mecanismos da individuação, que se repetem através dos tempos, em essência de modo semelhante. Além destas informações será útil avaliar os estilos expressivos, quanto às formas dominantes, utilização do espaço, movimento, elementos distorcidos ou harmônicos, cores mais freqüentes a articulação de múltiplos aspectos criativos que refletem estados afetivos internos nem sempre possíveis de serem traduzidos em palavras. Acredito que a prática da arteterapia, seja qual for a perspectiva teórica que embase sua aplicação, transcende uma função unicamente clínica. AUTOR: ANGELA PHILLIPINI

A FACE ARQUETÍPICA DA COR

Segundo Chevalier, o primeiro caráter do simbolismo das cores é a sua universalidade, não só geográfica, mas também em todos os níveis do ser e do conhecimento cosmológico, psicológico, místico, religioso etc. As interpretações podem variar. Elas permanecem, no entanto, sempre e, sobretudo como fundamentos do pensamento simbólico. VERMELHO: Aspectos favoráveis: o vermelho sugere motivação, atividade e vontade. Ele atrai vida nova e pontos de partida inéditos. O vermelho está associado ao calor e à excitação, com a iniciativa e a disposição para agir com o espírito de pioneirismo que nos eleva. Persistência, força física, estímulo e poder são seus traços típicos. Afetuosidade e perdão são duas belas qualidades dessa cor, assim como a prosperidade e a gratidão. Amor físico e paixão carnal são sinônimos do vermelho. Aspectos desfavoráveis: indecência, grosseria, falta de polidez e certa obstinação pode começar a aparecer aqui. Crueldade física, brutalidade e perigo tornam-se mais evidentes. A intensidade e força intrínsecas do vermelho podem transformar-se em raiva e fúria belicosa, ou se expressam sob a forma de brutalidade, crueldade, rancor ou revolta. LARANJA: Aspectos favoráveis: assim como o vermelho, a cor laranja é expansiva e afirmativa; contudo é mais construtiva. Reflete entusiasmo com vivacidade impulsiva e natural. Essa cor traz as "bênçãos da vida”: boa saúde, vitalidade, criatividade e alegria, assim como confiança, coragem, animação, espontaneidade e atitude positiva frente à vida. Comunicação, movimento e iniciativa geralmente são elementos dessa cor, cujo atributo mais elevado é a beatitude celeste. Aspectos desfavoráveis: o efeito colateral da cor laranja pode incluir uma atitude autoritária ou esmagadora. Isso pode ser expresso como ostentação ou traço exibicionista. As vibrações negativas do laranja estão associadas com descontentamento, melancolia e tristeza; as suas formas extremas são refletidas por perda da vitalidade, abatimento e destrutividade. AMARELO: Aspectos favoráveis: o amarelo é a cor mais clara e a que mais se assemelha ao Sol. Essa cor traz consigo a esperança e o sentimento de que tudo correrá bem. Ela tem uma atmosfera de resplendor, brilho, jovialidade e alegria.O amarelo é compreensivo e inspirador; ele refulge e ilumina e, em sua vibração mais positiva, essa cor corresponde ao conhecimento e à sabedoria. Razão e lógica são seus atributos e deles se irradiam discriminação intelectual, discernimento e capacidade de decisão. Aspectos desfavoráveis: a vibração negativa do amarelo pode ser extremamente destrutiva. Ela envolve decepção, afastamento, comportamento controlador, indiscrição, maldade, comportamento vingativo e bajulação. Essa cor pode levar a uma negatividade extrema associada com depressão mental e pessimismo profundo. VERDE: Aspectos favoráveis: a energia do verde reflete participação, adaptabilidade, generosidade e cooperação. Essa cor atenua as emoções, facilita o raciocínio correto e amplia a consciência e compreensão. Ela é a imagem da segurança e da proteção e cria um ambiente propício para tomar decisões. Espaço, liberdade, harmonia e equilíbrio são aspectos que se originam do sentimento natural de justiça do verde. Essa cor atua como um sinal para a renovação da vida e sua vibração mais elevada reflete o espírito de evolução. Aspectos desfavoráveis: avareza, indiferença e insegurança são algumas das expressões negativas da cor verde. Raciocínio precário, cautela excessiva e suspeita estão representados na natureza negativa dessa cor; ciúmes, inveja, egoísmo e preconceito. Em seus níveis mais inferiores, o verde promove estagnação e por fim degeneração. AZUL-TURQUESA: Aspectos favoráveis: produz uma vibração constante, que não subjuga ou perturba de forma alguma. Essa cor tem uma aura de vivacidade e percepção, que confere mais clareza de expressão. Nítida e brilhante tem uma qualidade atenciosa e receptiva, que irradia bem-estar. Ela é liberal, prestativa e triunfante. O frescor do azul-turquesa oferece a oportunidade de mudança e, por fim, de transformação em seu nível mais elevado. Aspectos desfavoráveis: algumas vezes, o azul-turquesa pode ser prejudicado por uma imaturidade, que se evidencia como confusão e incapacidade de progredir na vida. Isolamento e separação são outros atributos negativos, com sensações de vazio e falta de clareza nos níveis emocional, mental e espiritual. AZUL: Aspectos favoráveis: o azul assinala a entrada nos domínios mais profundos do espírito e uma das suas qualidades mais sutis é a aspiração. Essa cor faz parte do espectro frio e, por sua quietude e confiança, promove a devoção e a fé. O azul é uma cor popular associada ao dever, à beleza e à habilidade. A serenidade dessa cor traz consigo paz, confiança e sentimentos curativos agradavelmente relaxantes. Sua fluidez e força serena são traços atraentes, que provocam admiração por parte das outras pessoas. Aspectos desfavoráveis: a natureza da cor azul é procurar e buscar sem cessar. Os aspectos comuns da vibração negativa dessa cor são dúvida e descrença, assim como a falta de habilidade. Essa cor é fantasiosa e estimula os devaneios, a tendência ao desleixo, a fatuidade e a desconfiança. Partindo do cansaço, da indolência e da apatia, o azul pode levar a um estado de melancolia, atraindo por fim uma sensação generalizada de inércia. VIOLETA: Aspectos favoráveis: essa cor, formada pela combinação do azul com o vermelho, reflete dignidade, nobreza e respeito próprio. Essa é a cor da realeza e, em sua forma mais sublime, vibra com a força da integração e da unidade. Quando sua qualidade intrínseca estiver coligada pela energia psíquica com a visão e intuição, essa cor será o agente do próprio destino. Dons artísticos, tolerância e consideração estão associadas à cor violeta. Sua força, tranqüilizante e suavizante, representa um idealismo prático imbuído de humildade. Aspectos desfavoráveis: o lado negativo da cor violeta inclui esquecimento e falta de persistência. Irreflexão, desrespeito e atitude autoritária e exigente originam-se do uso incorreto dessa energia. Ela pode degenerar-se em idealismo sem resultado prático, isolamento, corrupção e desintegração. Orgulho e arrogância também estão presentes nesse nível. MAGENTA: Aspectos favoráveis: a mais refinada e sutil dentre todas as cores, o magenta transmuda desejo em seus equivalentes físicos. Dedicação, reverência, gratidão e comprometimento são características atribuídas a essa cor, cujo empenho é expressar o idealismo em sua forma mais pura.A cor magenta é a última do espectro, trazendo consigo um grau elevado de compreensão e maturidade, em conseqüência da sua passagem por todas as outras cores. Habilidade administrativa é uma de suas características, junto com grande compaixão. O magenta é uma cor protetora e nutriente, quente e suave, cuja expressão mais elevada é o amor espiritual ou incondicional. Aspectos desfavoráveis: esse lado da cor magenta pode gerar a energia da superioridade, que tende a levar ao esnobismo, à arrogância e por fim ao isolamento. Os aspectos negativos dessa cor podem resultar num comportamento fanático, monopolizador e autoritário. Falta de amor próprio, desprezo pelas necessidades alheias e insegurança está na faixa negativa do magenta. A auto-estima exacerbada pode resultar do uso indevido do conhecimento e do poder intrínseco a esta cor. PRETO: Aspectos favoráveis: transmite introspecção, favorece a auto-análise e permite um aprofundamento do indivíduo no seu processo existencial. Absorve, transmuta e devolve as energias negativas transformadas em positivas. Remove obstáculos, vícios e emoções não desejadas. Aspectos desfavoráveis: Esta cor, usada em excesso, traz melancolia, depressão, tristeza, confusão, perdas e medo. Está associada ao luto. Exprime passividade absoluta e opressão. CINZA: Aspectos favoráveis: equilíbrio do preto com o branco, dos opostos, esta cor transmite neutralidade e equilíbrio. Aspectos desfavoráveis: supressão de sentimentos, depressão, inércia e indiferença, meio termo ou ausência de opinião. MARROM: Aspectos favoráveis: constância, disciplina, uniformidade e observação de regras. Sensação de aterramento e segurança, estabilidade - Mãe Terra. Aspectos desfavoráveis: autocrítica exagerada, dependência afetiva, isolamento. Absorve a negatividade, mas a retém. BRANCO: Aspectos favoráveis: transmite pureza, sinceridade e bondade. Repele as energias negativas. Associado a ritos de passagem, inícios, renovação, nascimento e fim. Espiritualidade. Simboliza abertura para dimensões mais incessíveis ou ocultas da psique. Aspectos desfavoráveis: em excesso o branco anuncia perda de energia, relutância em viver a vida material, inaceitação da condição humana. Como se pode perceber, toda cor tem aspectos positivos e negativos, que se manifestam conforme o uso que se faz dela. È quase impossível que uma combinação de cores tenha o mesmo significado para dois indivíduos diferentes, ou mesmo para uma pessoa em épocas distintas. Em arte terapia, o simbolismo das cores, aliado a outros – forma, desenho, sonhos, tarot, etc. – poderá ajudar a esclarecer significados ocultos ou nebulosos.

O SIMBOLISMO DAS CORES

O homem mergulhou nas cores desde o começo da sua história. Possuído pela idéia do misterioso, dentro de um sentido cósmico, em busca de algo além de suas fronteiras cognitivas, o homem procurou, entre as manifestações deslumbrantes de luz e de força da natureza, um deus ou deuses. A estes o homem ligava a idéia desde luz solar, azul esverdeado dos mares, o azul esbranquiçado das nuvens na imensidão do céu, as cores do arco-íris, que de vez em quando se apresentava como emanação divina num céu turbulento. As cores faziam parte, assim, mais das necessidades psicológicas do que das estéticas, e as que mais surpreendiam aos olhos humanos seriam para enriquecer a presença de príncipes e reis, sacerdotes e imperadores, através dos deslumbrantes vestuários e ornamentos que lhes eram atribuídos.(M. Farina) Cada um de nós responde à cor de forma particular. As pessoas tendem, também, a se sentirem atraídas por certas cores em virtude de alguns fatores determinantes. Sua escolha pode estar baseada em seu tipo de personalidade, nas condições circunstanciais de sua vida, ou em seus desejos e processos mentais mais íntimos, profundos e até inconscientes. As pessoas não escolhem necessariamente uma cor porque ela é boa para si própria, mas porque gostam da cor, mesmo que esta possa ser contrária às suas necessidades. Existem testes psicológicos que foram desenvolvidos para nos ajudar a saber mais sobre nós próprios por meio do poder da cor. A atração forte de uma pessoa pelo vermelho indica o tipo de personalidade afirmativo de alguém que tem vontade firme, enquanto a aversão a essa cor indica um indivíduo tímido e, provavelmente, isolado da sociedade. As cores têm influência em nosso componente físico, mental e emocional. Entre os vários autores que utilizaram o estímulo cromático como elemento diagnóstico, estão: Jung, Max Pfister e Bamz. Os testes avaliativos para revelar a estrutura da personalidade, aplicados por eles, pressupõem uma determinação dos melhores estímulos e dos comportamentos julgados mais reveladores. C. G. Jung dividiu os tipos psicológicos em dois grupos conforme a predominância dos fatores de introversão e extroversão que indicam como cada indivíduo percebe e se relaciona com o mundo. Outras quatro funções racionais e irracionais, indicam como julgamos o que percebemos. Jung conferiu ao tipo Pensador, a cor azul; ao Sensitivo, o verde; ao Sentimental, o vermelho e ao Intuitivo, o amarelo. Para ele, esta relação daria pistas quanto ao direcionamento psíquico de cada função, mas com a ressalva de que “a correspondência das cores com as respectivas funções variariam de acordo com as diferentes culturas, grupos, e mesmo indivíduos.” Ele observou que as cores predominantes nos desenhos e mandalas de seus pacientes refletiam a função dominante. O teste das pirâmides coloridas de Max Pfister é um instrumento usado em diagnósticos há mais de cinqüenta anos, tanto em pesquisas quanto na clínica, tendo uma boa aceitação pelos profissionais do campo da psicologia. Por se tratar de um instrumento não verbal e relativamente lúdico, não exigindo habilidades específicas, o teste é bastante útil quando se trata de perceber a dinâmica afetiva do paciente, principalmente quando se trata de indivíduos com dificuldade de expressão verbal ou escrita. O teste consiste em entregar ao paciente o desenho de três pirâmides quadriculadas com dez espaços cada uma onde ele poderá colorir com quiser. O teste proporciona inúmeras variáveis ligadas basicamente a dois aspectos: a freqüência de utilização das cores e a configuração das pirâmides. As cores utilizadas são: vermelho, laranja, amarelo, azul, verde, violeta, preto, branco, marrom e cinza. Calcula-se o número de cores usadas em cada pirâmide e a freqüência com que elas aparecem repetidas no conjunto. Há ainda a interessante pesquisa do psicólogo J.Bamz que alia o fator idade à preferência que o indivíduo manifesta por determinada cor. Este estudo pode auxiliar bastante na arte terapia. Vejamos: VERMELHO: corresponderia ao período de 1 a 10 anos – idade da efervescência e da espontaneidade. LARANJA: período de 10 a 20 anos – idade da imaginação, excitação e aventura. AMARELO: corresponderia ao período de 20 a 30 anos – idade da força, potência e arrogância. VERDE: período de 30 a 40 anos – idade de diminuição do fogo juvenil. AZUL: corresponderia ao período de 40 a 50 anos – idade do pensamento e da inteligência. LILÁS: período de 50 a 60 anos – idade do juízo, do misticismo e da lei.ROXO: corresponderia ao período além dos 60 anos – idade do saber, da experiência e da benevolência. AUTOR: MODESTO FARINA

terça-feira, 6 de abril de 2010

O QUE É ARTETERAPIA?


Não é preciso ser artista para conhecer e desfrutar dos benefícios trazidos pela Arteterapia. Os povos primitivos já se expressavam através da arte, pintando o corpo e as paredes das cavernas com imagens cheias de significados, que assim expressados, geravam a força desejada para a ação no seu cotidiano. Religião, arte e vida não se diferenciavam. A linguagem simbólica era usada por todos, não existindo a categoria de artista. Assim como as crianças, que através dos seus desenhos expressam sentimentos e idéias que ainda não são capazes de verbalizar, também no adulto permanece a capacidade de expressão simbólica e espontânea, ainda que inconsciente. Neste sentido a Arteterapia vem ganhando cada vez mais adeptos e credibilidade na área da saúde. Através do manuseio de materiais artísticos apropriados, esta modalidade de terapia facilita a expressão do inconsciente cuja linguagem simbólica trazida à consciência, favorece o autoconhecimento, o reequilíbrio emocional e físico, eleva a auto-estima, estimula a auto-aceitação e a criatividade. Por suas propriedades terapêuticas, a Arteterapia beneficia pessoas com doenças psicossomáticas, stress, depressão, fobias, dependência química e outros distúrbios emocionais. Como a Psicologia, contribui significativamente em diversos segmentos sociais como: saúde, terceiro setor, educação, instituições públicas e privadas.
A Arteterapia chegou ao Brasil em 1923 tendo como precursores: Dr. Osório Cezar, psiquiatra paulista que trabalhou com alienados no Hospital Psiquiátrico do Juqueri; Dra. Nise da Silveira, psiquiatra alagoana, dedicada especificamente aos esquizofrênicos, no Hospital D. Pedro II, Rio de Janeiro e Dr. Ulysses Pernambucano, também psiquiatra, empenhado em educar crianças e adolescentes portadores de deficiências mentais, em Recife. Por volta de 1970, retorna ao Brasil o professor Luiz Duprat, licenciado em Arteterapia nos Estados Unidos, incentivador da criação de cursos de especialização em diversas capitais. Atualmente existem oito associações de Arteterapia no Brasil que compõem a UBAAT- União Brasileira de Associações de Arteterapia – com a intenção de estabelecer parâmetros nacionais para formação e credenciamento de Arteterapeutas e sugerir um currículo mínimo para os cursos de formação em Arteterapia no país. A Bahia conta com a ASBART – Associação Baiana de Arteterapia que dá assistência também aos profissionais de Aracaju e promove cursos, palestras e outros eventos do setor.
O Arteterapeuta é um profissional especializado, com amplo conhecimento em psicologia, artes (música, dança, teatro, artes plásticas) religião, filosofia e história da arte, que ao lado do seu cliente facilita o processo de autoconhecimento ajudando-o a se curar. As sessões de Arteterapia ocorrem em ateliê terapêutico, um ambiente harmonioso, descontraído, e seguro onde terapeuta e cliente ou grupo vivenciam as transformações. Embora talentos inconscientes possam ser despertados no contato com materiais artísticos, para fazer Arteterapia não é necessário ter nenhuma habilidade artística. O olhar do arteterapeuta não está para a estética das produções plásticas, mas para o significado simbólico presente nelas, e para os resultados que a prática proporciona ao cliente.
A arte não é privilégio de poucos, é a forma de comunicação mais antiga da humanidade. Todos temos direito e devemos usar esse meio de expressão o quanto antes, sem bloqueios nem rótulos para libertar a nossa alma aprisionada no cérebro e nas máquinas. Nas sessões de Arteterapia podemos falar de amor dançando, explodir de raiva pintando; é possível modelar uma saudade em argila e até desenhar a vida inteira em retalhos. A alma pode se expressar e romper as barreiras do medo, do pré-conceito e da timidez.
Estamos vivendo uma época na qual é importante se dar um tempo para viver as emoções represadas antes que elas nos adoeçam; deixar o homem primitivo, que habita em nós, ter um espaço para se manifestar - sem repressões.
AUTOR: Anna Rosa