Arteterapia

SER COLORIDO OU NÃO?


 Posso pensar em acrescentar mais cores à minha vida, mas como faria isso?

A resposta é também uma pergunta: como você se relaciona com cada uma das cores? Que nível de atração ou de rejeição você sente por elas? É preciso investigar.

Todos nós temos uma cartela pessoal de cores já pré-selecionadas para cada setor na vida. Por exemplo: as cores que escolhemos para vestir não são usadas da mesma forma para a decoração da casa. Nem mesmo adotamos a cor do automóvel para estar no guarda-roupa. É claro que há exceções, mas costumamos separar as cores por tolerância.

Começando pelas cores da moda podemos notar que há uma gama mais escolhida pelos jovens e outra pelos mais velhos. Mesmo entre os jovens, essas cores são escolhidas de acordo com o grupo social e tem a ver com a atitude dentro dele. Para exemplificar cito o comportamento das tribos urbanas que criaram uma maneira totalmente diferente de se vestir. Sejam punks (cabeças coloridas), góticos (só usam preto), skatistas (sarja, xadrez e cores contrastantes), surfistas (cores claras em tecidos leves), grunges (cores velhas e sujas) ou patricinhas (preferem rosa) elas expressam ideais, opiniões e sentimentos de maneira irreverente apelando para as cores de maneira que venha reforçar sua mensagem.


Os emos são um ótimo exemplo. Eles se consideram pessoas muito sensíveis às emoções cantadas em suas músicas favoritas tais como: tristeza, melancolia, rejeição, problemas amorosos, entre outros temas que envolvem sentimentos profundos. Contornam os olhos de preto e misturam roupas em cores escuras a estampas de personagens infantis, com tênis e acessórios coloridos. Uma mistura de infância e adolescência ainda por resolver.
Nos demais grupos sociais, de um modo geral, percebemos a escolha das cores a partir das cartelas ditadas pela moda, não mais pelo desejo de ser diferente, e sim para estar de acordo. Assim, também encontramos grupos muito semelhantes. O grupo dos básicos, dos clássicos, dos conservadores, dos descolados, dos étnicos, os fashionistas, dos esportistas, e assim por diante. Em cada um deles notaremos a predominância de uma ou outra cor além de certas combinações de padronizadas.

Psicologicamente falando, a nossa inclinação por usar mais ou menos cores pode ser explicada pela história da vida de cada um. Ex. O que aprendi com meus pais, na escola, com amigos nas diversas fases de desenvolvimento; o que penso a meu respeito, e também, pelo que me deixo influenciar dão origem ao que escolho para mim, ou rejeito. Em suma, nós somos um conjunto complexo e variado de influências antes de descobrir quem somos realmente.
Embora hoje tenhamos muito mais liberdade do que no passado, para vestir o que nos agrada nas cores que mais nos atraem, ainda há desconfiança, medo do ridículo, etc. quando o assunto é cor. Com algum conhecimento e certa dose de habilidade é possível aproveitar a linguagem cromática para transmitir as nossas ideias e sentimentos. A propósito, fazemos isso inconscientemente, pois as cores que escolhemos estão falando de nós. Portanto, se aprendermos a usar conscientemente todas as cores de acordo com nossos estados de alma, seremos mais autênticos ao expressar nossos sentimentos e mais coerentes nas nossas atitudes. Essa mudança, com certeza, nos tornará mais compreendidos e respeitados nos nossos relacionamentos e por nós mesmos.
Ana Rosa
COR E PERSONALIDADE


A definição de K. Jaspers para personalidade é: “um modo peculiar como se manifestam as tendências e os sentimentos de um indivíduo no mundo pelo qual ele é influenciado, e ao qual reage”. Já C.G. Jung, dividiu os grupos psicológicos em dois tipos: os extrovertidos e os introvertidos, conforme a predominância dos fatores de introversão (orientação mais forte para dentro de si) e de extroversão (orientação mais para fora) presente na maneira como os indivíduos reagem aos estímulos do mundo. A cada grupo são relacionadas quatro funções psíquicas às quais Jung associou quatro cores: azul à função pensamento; amarelo à função intuição; vermelho à função sentimento e verde à função sensação. Através da análise das cores predominantes nas mandalas de seus pacientes, Jung percebia qual a função que estava atuante naquele momento.
Naturalmente tendemos a usar na vida tudo aquilo que é mais fácil, ou seja, que nos mantenha em nossa zona de conforto. Nossos hábitos são uma prova disso. Eles nos mantém em uma zona onde nem precisamos pensar para agir. Toda vez que nos tornamos conscientes de um hábito que desejamos transformar enfrentamos grande resistência contrária. É preciso determinação e persistência para mudar. Os hábitos não são a nossa personalidade, mas passam a fazer parte da nossa imagem. Frequentemente somos descritos ou identificados por outras pessoas pelos hábitos que nos acompanham, por exemplo: “sabe quem é fulano? É aquele que só veste preto”: ou: “fulaninha é aquela que vive toda maquiada!” Geralmente os hábitos também diferenciam as pessoas e até se formam grupos e comunidades que comungam os mesmos hábitos!
E o que hábito tem a ver com cores? Muito. As cores também agem como transmissoras de um código pessoal. Tendemos a olhar para alguém primeiro pelo conjunto e depois para os detalhes que nos chamam atenção. No conjunto são as cores que primeiro são vistas sendo, por isso, as que comandam a mensagem. Da próxima vez que encontrar alguém fique atento à mensagem que as cores estão transmitindo. Isso vale inclusive para as cores neutras. Observe se quando a pessoa fala o que ela diz está refletido nas cores que usa, ou estão completamente em desacordo. Faça um teste e poderá comprovar consigo mesmo, se tem escolhido as cores que refletem sua personalidade, suas atitudes ou seu olhar para o mundo. Se não têm nada a ver, é hora de mudar. Seja você mesmo, o tempo todo, sabe por quê? Liberdade de expressão é o nosso maior tesouro.
Ana Rosa

Leia no tópico “CORES" , sobre o que cada cor transmite de favorável e desfavorável e faça você mesmo uma análise das suas escolhas.

O que é arteterapia?



Não é preciso ser artista para conhecer e desfrutar dos benefícios trazidos pela Arteterapia. Os povos primitivos já se expressavam através da arte, pintando o corpo e as paredes das cavernas com imagens cheias de significados, que assim expressados, geravam a força desejada para a ação no seu cotidiano. Religião, arte e vida não se diferenciavam. A linguagem simbólica era usada por todos, não existindo a categoria de artista. Assim como as crianças, que através dos seus desenhos expressam sentimentos e idéias que ainda não são capazes de verbalizar, também no adulto permanece a capacidade de expressão simbólica e espontânea, ainda que inconsciente. Neste sentido a Arteterapia vem ganhando cada vez mais adeptos e credibilidade na área da saúde. Através do manuseio de materiais artísticos apropriados, esta modalidade de terapia facilita a expressão do inconsciente cuja linguagem simbólica trazida à consciência, favorece o autoconhecimento, o reequilíbrio emocional e físico, eleva a auto-estima, estimula a auto-aceitação e a criatividade. Por suas propriedades terapêuticas, a Arteterapia beneficia pessoas com doenças psicossomáticas, stress, depressão, fobias, dependência química e outros distúrbios emocionais. Como a Psicologia, contribui significativamente em diversos segmentos sociais como: saúde, terceiro setor, educação, instituições públicas e privadas.
A Arteterapia chegou ao Brasil em 1923 tendo como precursores: Dr. Osório Cezar, psiquiatra paulista que trabalhou com alienados no Hospital Psiquiátrico do Juqueri; Dra. Nise da Silveira, psiquiatra alagoana, dedicada especificamente aos esquizofrênicos, no Hospital D. Pedro II, Rio de Janeiro e Dr. Ulysses Pernambucano, também psiquiatra, empenhado em educar crianças e adolescentes portadores de deficiências mentais, em Recife. Por volta de 1970, retorna ao Brasil o professor Luiz Duprat, licenciado em Arteterapia nos Estados Unidos, incentivador da criação de cursos de especialização em diversas capitais. Atualmente existem oito associações de Arteterapia no Brasil que compõem a UBAAT- União Brasileira de Associações de Arteterapia – com a intenção de estabelecer parâmetros nacionais para formação e credenciamento de Arteterapeutas e sugerir um currículo mínimo para os cursos de formação em Arteterapia no país. A Bahia conta com a ASBART – Associação Baiana de Arteterapia que dá assistência também aos profissionais de Aracaju e promove cursos, palestras e outros eventos do setor.
O Arteterapeuta é um profissional especializado, com amplo conhecimento em psicologia, artes (música, dança, teatro, artes plásticas) religião, filosofia e história da arte, que ao lado do seu cliente facilita o processo de autoconhecimento ajudando-o a se curar. As sessões de Arteterapia ocorrem em ateliê terapêutico, um ambiente harmonioso, descontraído, e seguro onde terapeuta e cliente ou grupo vivenciam as transformações. Embora talentos inconscientes possam ser despertados no contato com materiais artísticos, para fazer Arteterapia não é necessário ter nenhuma habilidade artística. O olhar do arteterapeuta não está para a estética das produções plásticas, mas para o significado simbólico presente nelas, e para os resultados que a prática proporciona ao cliente.
A arte não é privilégio de poucos, é a forma de comunicação mais antiga da humanidade. Todos temos direito e devemos usar esse meio de expressão o quanto antes, sem bloqueios nem rótulos para libertar a nossa alma aprisionada no cérebro e nas máquinas. Nas sessões de Arteterapia podemos falar de amor dançando, explodir de raiva pintando; é possível modelar uma saudade em argila e até desenhar a vida inteira em retalhos. A alma pode se expressar e romper as barreiras do medo, do pré-conceito e da timidez.
Estamos vivendo uma época na qual é importante se dar um tempo para viver as emoções represadas antes que elas nos adoeçam; deixar o homem primitivo, que habita em nós, ter um espaço para se manifestar - sem repressões.
AUTOR: Ana Rosa

GRUPOS DE VIVÊNCIAS ARTETERAPÊUTICAS

Os mitos intermediam a expressão do ser numa tentativa de dizer o indizível, de tocar algo maior e numinoso e sagrado, de tentar responder questões do Universo e da própria existência e por fim se aproxinar de Deus.






Arteterapia e gestalt
Na incerteza temos a liberdade para criar, o desconhecido abre-se para todas as possibilidades. (Deepak Chopra)