terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Sou rio





Hoje, comemorando minha nova idade, 6.1, também comemoro minha nova versão 2.0. 

Todos os dias comemoro a vida, e agradeço: gratidão, gratidão, gratidão!!!
Me sinto fluindo com a vida como um rio de águas mansas: às vezes turvas, outras vezes cristalinas,  passeando por leitos ora suaves, ora pedregosos.
Vou seguindo.
Um rio sempre sabe pra onde está indo. 
A geografia me diz a hora de ser corredeira, riacho, cascata ou cachoeira; os desvios fazem parte do percurso.
Os afluentes me enriquecem!
Vou passando.
Como rio, por onde passo acolho lágrimas, transporto sonhos e alivio as cargas dos que descansam sobre mim.
Assim, fluindo desde a nascente sabendo quem sou, chegarei ao Oceano de amor, com o meu propósito de ser rio realizado.
Agradeço a todos pelas bençãos endereçadas a mim, hoje!

Ana Rosa, 13 de fevereiro de 2018.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Oração à Deusa Anciã

           


*Oração à Deusa Anciã*

Oh! augusta Anciã
Nem jovem, nem velha
Antiga Mãe Sabida
Das madrugadas desalmadas
Vem a mim!
Resoluta Senhora do tempo
Mãe do descanso e do recolhimento
Deusa Átropos dos caminhos sem fim
Corta os fios dos meus apegos, por mim.
A ti me curvo, oh Mãe das mães!
Senhora das passagens
Me faz livre pra seguir
Pois ao ver-te refletida nas águas paradas
Me espelho e me desvelo para ti.
- Deusa Anciã, sou tão com tu!
Grande Senhora, tão velha quanto o tempo
Dá-me de beber do teu elixir sagrado
Para que eu encerre o que precisa ser encerrado
Liberte o que trago em mim amarrado
Cancele o que não pode ser sustentado
Ganhe coragem para banir de minha alma
Tudo o que me atormenta e deve ser afastado.
E que assim, seguindo o teu reflexo , 
Oh, deusa lua minguante!
Eu possa me recolher, livre e em paz.

Inspiração da madrugada da lua minguante.
Ana Rosa
Em 7/2/2018.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Limiar


Nós, os buscadores da luz, às vezes escavamos tão profundo à procura do ouro psíquico, que beiramos o limiar entre os mundos onde a pele é tao fina, que quase tocamos a eternidade!
Ana Rosa

domingo, 14 de janeiro de 2018

Minha herança, uma flor!



Achei você no meu jardim
Entristecido
Coração partido
Bichinho arredio

Peguei você pra mim
Como a um bandido
Cheio de vícios
E fiz assim, fiz assim

Reguei com tanta paciência
Podei as dores, as mágoas, doenças
Que nem as folhas secas vão embora
Eu trabalhei

Fiz tudo, todo meu destino
Eu dividi, ensinei de pouquinho
Gostar de si, ter esperança e persistência
Sempre

A minha herança pra você
É uma flor com um sino, uma canção
Um sonho, nem uma arma ou uma pedra
Eu deixarei

A minha herança pra você
É o amor capaz de fazê-lo tranqüilo
Pleno, reconhecendo o mundo
O que há em si

E hoje nos lembramos
Sem nenhuma tristeza
Dos foras que a vida nos deu
Ela com certeza estava juntando
Você e eu
Achei você no meu jardim...
Vanessa da Mata

João e Maria





Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?
Chico Buarque

Brincar de viver




Quem me chamou
Quem vai querer voltar pro ninho
Redescobrir seu lugar
Pra retornar e enfrentar o dia a dia
Reaprender a sonhar

Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você responde "sim"
À sua imaginação
À arte de sorrir cada vez que o mundo diz "não"

Você verá que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
Não esquecer, ninguém é o centro do universo
Assim é maior o prazer

Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você responde "sim"
À sua imaginação
À arte de sorrir cada vez que o mundo diz "não"

E eu desejo amar todos que eu cruzar pelo meu caminho
Como sou feliz, eu quero ver feliz
Quem andar comigo, vem

Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você responde "sim"
À sua imaginação
À arte de sorrir cada vez que o mundo diz "não"
Guilherme Arantes

Livre estou







A neve branca brilhando no chão
Sem pegadas pra seguir
Um reino de isolamento e a rainha está aqui
A tempestade vem chegando e já não sei
Não consegui conter, bem que eu tentei

Não podem vir, não podem ver
Sempre a boa menina deve ser
Encobrir, não sentir, nunca saberão
Mas agora vão

Livre estou, livre estou
Não posso mais segurar
Livre estou, livre estou
Eu saí pra não voltar
Não me importa o que vão falar
Tempestade vem
O frio não vai mesmo me incomodar

De longe tudo muda
Parece ser bem menor
Os medos que me controlavam
Não vejo ao meu redor
É hora de experimentar
Os meu limites vou testar
A liberdade veio enfim
Pra mim

Livre estou, livre estou
Com o céu e o vento andar
Livre estou, livre estou
Não vão me ver chorar
Aqui estou eu e vou ficar
Tempestade vem

O meu poder envolve o ar e vai ao chão
Da minha alma fluem fractais de gelo em profusão
Um pensamento se transforma em cristais
Não vou me arrepender do que ficou pra trás

Livre estou, livre estou
Como o sol vou me levantar
Livre estou, livre estou
A tempo de mudar
Aqui estou eu
Vendo a luz brilhar
Tempestade vem
O frio não vai mesmo me incomodar
Frozen

A força que nunca seca


Já se pode ver ao longe
A senhora com a lata na cabeça
Equilibrando a lata vesga
Mais do que o corpo dita
O que faz o equilíbrio cego
A lata não mostra
O corpo que entorta
Pra lata ficar reta
Pra cada braço uma força
De força não geme uma nota
A lata só cerca, não leva
A água na estrada morta
E a força nunca seca

Pra água que é tão pouca.
Vanessa da Mata/Chico César